A gigante energética italiana Eni reafirmou o seu compromisso de expandir as suas operações de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Moçambique, projectando o país no cenário energético global. Numa carta de felicitações ao recém-empossado Presidente Daniel Chapo, o CEO da Eni, Cláudio Descalzi, delineou planos para fortalecer ainda mais a colaboração e apoiar o desenvolvimento de Moçambique a longo prazo.

“Projectar Moçambique no cenário global do GNL e alargar a nossa parceria estratégica através da implementação do projecto Coral Norte FLNG na Bacia do Rovuma”, afirma a carta. “Tenham a certeza de que o nosso objectivo é apoiar a estratégia de desenvolvimento a longo prazo de Moçambique através de iniciativas de conteúdo local e acelerar a transição energética do país com a nossa iniciativa de óleos vegetais e projectos florestais.”

Este compromisso surge na sequência de discussões recentes entre a Eni e o governo moçambicano sobre o desenvolvimento de uma segunda plataforma flutuante de GNL, Coral Norte, para aumentar a extracção de gás na bacia do Rovuma. Este projecto, reflectindo a bem-sucedida plataforma Coral South, está actualmente a ser considerado pelos parceiros e pelo governo.

O Presidente Chapo, no seu discurso inaugural, enfatizou a importância de aproveitar os recursos de gás natural para o desenvolvimento nacional. Anunciou a criação de um Banco de Desenvolvimento de Moçambique, financiado pelas receitas do gás, para financiar projectos de infra-estruturas e melhorar a vida dos moçambicanos.

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“Com os recursos gerados pelos activos do gás, vamos capitalizar este banco e investir imediatamente em projectos que transformem a vida dos moçambicanos”, declarou.

O potencial impacto económico das reservas de GNL de Moçambique é substancial. Um estudo da Deloitte de 2024 estimou que os projectos de GNL do país, liderados por empresas como TotalEnergies, ExxonMobil e Eni, poderiam gerar receitas superiores a 100 mil milhões de dólares, solidificando a posição de Moçambique como um actor importante no panorama energético global.

“As vastas reservas de gás do país poderão fazer de Moçambique um dos dez maiores produtores mundiais, responsável por 20% da produção de África até 2040”, observa o relatório.

O compromisso da Eni em expandir as suas operações em Moçambique alinha-se com os ambiciosos planos do país para o crescimento económico e desenvolvimento. A implementação bem sucedida destes projectos não só impulsionará a economia moçambicana, mas também posicionará o país como um actor-chave na transição energética global.

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