Situado no Sudeste de África, Moçambique brilha com potencial. Possui vastas reservas de recursos, desde rubis deslumbrantes até carvão que alimenta as indústrias globais. Mas um mineral em particular está chamando a atenção do mundo: o grafite.

Este “ouro negro” é um componente crítico nas baterias de iões de lítio, a fonte de energia para veículos eléctricos (EVs) – o futuro dos transportes. Moçambique, de acordo com a Benchmark Mineral Intelligence, já é um ator importante, fornecendo quase 10% da grafite mundial, um número que deverá aumentar para 15% até ao final da década.

“Vemos Moçambique como uma alternativa vital à China”, disse um porta-voz da Corporação Financeira de Desenvolvimento dos EUA ao Sunday Times. A China domina atualmente o mercado de grafite, controlando cerca de 70% da oferta global. O governo dos EUA prometeu recentemente um empréstimo de 150 milhões de dólares para desenvolver a indústria de grafite de Moçambique, um sinal claro da sua importância estratégica.

A jóia da coroa da riqueza de grafite de Moçambique é a mina de Balama, operada pela empresa mineira australiana Syrah Resources. Considerada a maior mina de grafite de alto teor do mundo, Balama possui reservas suficientes para mantê-la operacional durante mais de 50 anos. A Syrah assinou recentemente um acordo lucrativo para fornecer grafite natural à gigante sul-coreana de baterias Posco, uma prova da importância global de Balama.

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Contudo, o caminho de Moçambique para a prosperidade está repleto de desafios. A província de Cabo Delgado, onde Balama está localizada, foi devastada pela insurgência islâmica. Embora a região tenha mostrado sinais de estabilização, as preocupações com a segurança persistem.

Outro obstáculo potencial é o surgimento do grafite sintético, uma alternativa feita em laboratório. Embora atualmente seja mais caro de produzir do que o grafite natural, os avanços na tecnologia podem fazer pender a balança. “Moçambique deve capitalizar agora a sua vantagem natural do grafite”, alerta o professor António Baloi, da Universidade Eduardo Mondlane, “antes que as alternativas sintéticas se tornem mais viáveis”.

Além da grafite, Moçambique possui um tesouro de minerais – tântalo, depósitos de rubi que produziram pedras preciosas recordes e vastas reservas de carvão. O governo, consciente do potencial do sector mineiro, está a cortejar activamente os investidores com incentivos fiscais e melhorias de infra-estruturas.

“O futuro económico do nosso país está intrinsecamente ligado à nossa indústria mineira”, afirma o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Agostinho do Rosário. “Estamos comprometidos com práticas de mineração responsáveis ​​que não só enriquecerão a nossa nação, mas também protegerão o nosso ambiente para as gerações vindouras.”

O caminho a percorrer para Moçambique é longo, mas as recompensas potenciais são imensas. Ao aproveitar a sua rica riqueza mineral de forma responsável e transparente, Moçambique pode forjar um futuro mais brilhante e mais próspero, alimentado pelo ouro negro que existe sob o seu solo.

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