O solo de Moçambique fervilha com potencial inexplorado. Abaixo da superfície encontram-se riquezas na forma de carvão, grafite, lítio e pedras preciosas, um tesouro esperando para ser descoberto. A indústria mineira está prestes a tornar-se um importante motor económico, mas os obstáculos precisam de ser eliminados antes que Moçambique possa verdadeiramente brilhar.

“A riqueza mineral de Moçambique é em grande parte inexplorada”, entusiasma-se Geert Klok, presidente da Câmara de Minas de Moçambique (CMM), a voz da indústria. “Isso oferece um vasto playground para novos jogadores”, diz ele, com a voz cheia de entusiasmo.

A costa do Oceano Índico proporciona um canal natural de exportação, enquanto os corredores de transporte existentes, como o Corredor de Maputo, funcionam como artérias, bombeando recursos para os países vizinhos. A África do Sul, um profissional experiente no setor da mineração, está mesmo à sua porta, oferecendo uma vasta experiência e fornecedores de mineração.

Tudo isto são boas notícias para os investidores e o governo de Moçambique está interessado em desempenhar o seu papel. A Lei de Minas de 2014 estabeleceu um quadro estável e o Pacote de Medidas de Aceleração Económica de 2022 prometeu simplificar a burocracia. No entanto, os soluços permanecem.

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“A implementação de certas medidas é uma preocupação”, adverte Klok. O recentemente introduzido decreto de Preços de Referência para as exportações de recursos naturais irritou algumas pessoas. A CMM apela a um registo mineiro mais eficiente e a uma resolução das questões fiscais.

“Imagine as possibilidades se o cadastro mineiro funcionasse bem”, suspira Klok. A simplificação dos pedidos de licença e das aprovações seria uma mudança de jogo. Embora sejam esperadas melhorias, o cronograma permanece frustrantemente vago.

Olhando para o futuro, Klok identifica o grafite e o lítio como estrelas em ascensão. A mina de Balama, a maior mina de grafite natural do mundo, segundo o Statista, é uma prova do potencial de Moçambique. Apesar de ocupar o terceiro lugar mundial na produção de grafite, o país opera apenas com uma fração da sua capacidade. O excesso de oferta no mercado e as preocupações com a segurança na província de Cabo Delgado estão a atenuar a festa.

O lítio, uma futura potência de baterias, é outra perspectiva interessante. A recente aquisição de blocos de lítio pela Decan Gold Mines, listada na Bolsa de Valores de Bombaim, destaca o interesse crescente.

Para maximizar o benefício dos seus recursos, Moçambique está a brincar com a ideia de proibir a exportação de minerais não processados. O diabo, porém, está nos detalhes. “A colaboração com a indústria é fundamental para garantir a competitividade”, enfatiza Klok.

Construir uma força de trabalho qualificada e expandir a infraestrutura também são cruciais. “A indústria de mineração já emprega mais de 10 mil pessoas”, diz Klok. “Imagine o impacto se pudéssemos desbloquear todo o potencial.” Estradas, eletricidade e ferrovias são as peças que faltam no quebra-cabeça.

A história mineira de Moçambique tem um vasto potencial, mas o caminho para a prosperidade está repleto de desafios. O governo, a indústria e o CMM precisam de unir forças para criar um ambiente que promova o crescimento sustentável. Com a abordagem correcta, a riqueza mineral de Moçambique poderá impulsionar a nação para um futuro brilhante e resplandecente.

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