Três nações da África Austral assinaram um acordo para um projecto ferroviário e portuário para ajudar o país a exportar as suas enormes reservas de carvão através de um porto moçambicano.
Embora o projecto ainda não tenha encontrado dinheiro para financiamento, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) concordou em financiar um estudo de viabilidade para o projecto, a um custo de cerca de 4 milhões de dólares, anunciou recentemente Mateus Magal, ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique.
O projecto envolve a modernização das linhas ferroviárias existentes que atravessam os dois países e o Zimbabué e a construção de novas ligações. Inclui um novo porto de águas profundas a sul da capital de Moçambique, Maputo, perto de um parque nacional que abriga elefantes e chitas.
Com mais de 212 mil milhões de toneladas de reservas de carvão, de acordo com o Conselho Mundial de Energia, a economia local está ansiosa por encontrar formas de o levar aos mercados antes que os esforços mundiais de transição para as energias renováveis a tornem num activo irrecuperável.
O plano – que existe há décadas sem ganhar muita força – enfrenta grandes obstáculos. O financiamento para novos projectos de carvão tornou-se cada vez mais escasso, à medida que os bancos evitam o combustível fóssil mais sujo.
Em Moçambique, a Ncondezi Energy planeou uma central eléctrica a carvão de 300 MW no centro do país. Assinou um contrato de construção com a China Machinery Engineering Corp. em setembro de 2021, esperando que o financiamento chinês seguisse. Não aconteceu.
No mesmo mês, o presidente Xi Jinping anunciou que o seu governo deixaria de financiar projetos estrangeiros de carvão. E depois de meses de incerteza, a Ncondezi acabou por abandonar o projecto do carvão e reinventou-se como promotora de energia solar. No ano passado, mudou seu nome para Solgenics.