A joia do alumínio moçambicano da South32, a fundição da Mozal, voltou à vida com um forte aumento de 12% na produção, para 265.000 toneladas, nos nove meses encerrados em março. Esta recuperação impressionante, revelada pelo CEO Graham Kerr, vem na esteira de um plano de recuperação bem-sucedido e de um esforço resiliente para superar o impacto da agitação civil de dezembro no país da África Austral.

Apesar da turbulência anterior, a South32 mantém sua previsão de produção de 350.000 toneladas para o ano fiscal encerrado em junho, sinalizando uma perspectiva confiante para a operação moçambicana.

No entanto, uma sombra paira sobre o futuro da Mozal: seu fornecimento de energia. Kerr não mediu palavras, afirmando que garantir um acordo de energia hidrelétrica de longo prazo para além de março de 2026 é uma prioridade. A fundição depende atualmente do projeto de Cahora Bassa, no Rio Zambeze, que também alimenta a Eskom, na África do Sul, em dificuldades.

“Estamos em contato ativo com a Eskom e o governo moçambicano para estender esse fornecimento crucial de energia”, enfatizou Kerr. Ele destacou a dura realidade de que “atualmente não há fornecedores alternativos viáveis ​​de energia renovável na escala necessária”, ressaltando a natureza crítica das negociações em andamento.

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A South32 pretende fechar um novo acordo de fornecimento de energia ainda neste ano civil, uma medida que Kerr enfatizou ser vital para garantir a continuidade das operações da fundição e sua “contribuição substancial para a economia de Moçambique”.

Enquanto isso, na África do Sul, as operações de manganês da gigante da mineração enfrentam obstáculos. Embora a projeção de produção permaneça em sólidos dois milhões de toneladas para o ano, Kerr destacou uma queda de 18% nas vendas durante o trimestre de março. O culpado? “O congestionamento nos portos impactou o cronograma dos embarques”, explicou ele, retratando gargalos logísticos que dificultam as exportações.

Em todo o grupo, no entanto, houve pontos positivos. A South32 comemorou um aumento de 18% na produção de cobre e um aumento de 6% na produção de alumínio no período de nove meses. A empresa também ostenta um saudável saldo de caixa líquido de US$ 252 milhões no final de março, proporcionando uma proteção contra as incertezas econômicas globais.

Olhando para o futuro, Kerr adotou um tom cauteloso, porém confiante. “Nosso foco inabalável em disciplina operacional, gestão rigorosa de custos e um balanço patrimonial robusto nos posiciona bem para navegar por quaisquer potenciais tempestades nos mercados globais”, afirmou, sugerindo que a South32 está se preparando para o futuro, enquanto mantém seus motores de produção funcionando a todo vapor. No entanto, o tempo está passando para garantir o crucial acordo de energia com a Mozal, um pilar fundamental para o sucesso futuro da empresa na região.

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