O governo de Moçambique vai iniciar a elaboração de projectos a serem apresentados ao fundo de 10 mil milhões de dólares para África anunciado na passada semana pelo governo da Índia, anunciou recentemente o primeiro-ministro moçambicano.

O primeiro-ministro Carlos Agostinho Rosário, que falava à agência noticiosa AIM à margem da III Cimeira Índia/África, em Nova Deli, disse que o seu governo pretende centrar a candidatura de projectos no sector agrícola, abastecimento de água e restruturação dos correios.

Carlos Agostinho Rosário referiu que nos encontros mantidos com as autoridades de Nova Deli encontrou muito interesse no reforço da cooperação bilateral no domínio agrícola e que uma equipa indiana deverá chegar a Maputo nos próximos tempos.

“Pensamos que o sector da agricultura é de muito interesse para o país. Moçambique não pode só depender das matérias-primas como gás e carvão, mas temos de fazer com que a população tenha ela própria um processo de desenvolvimento”, referiu.

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A indústria extractiva foi, no entanto, igualmente tema das conversas bilaterais, tendo Carlos Agostinho do Rosário verificado que a Índia mantém o interesse em projectos relacionados com a exploração de gás.

O governo indiano prometeu quinta-feira aos países africanos um linha de crédito de dez mil milhões de dólares e 600 milhões de dólares em ajudas durante os próximos cinco anos, recordando que se comprometeu a trabalhar com aquele continente para desenvolver as tecnologias de informação e reduzir o fosso digital.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, visitou a Índia em Agosto passado, acompanhado por 60 empresários, tendo os dois governos assinado dois memorandos de entendimento na área económica e decidido avançar para a cooperação militar, principalmente no domínio da segurança marítima, aproveitando o facto de ambos os países serem banhados pelo Oceano Índico.

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